sábado, 7 de maio de 2016

impostos proporcionais! mas não tanto...

A ideia é que os impostos sobre o trabalho, são progressivamente maiores na sua percentagem sobre o rendimento, e isto confere proporcionalidade no esforço que todos, ou quase todos fazemos para a humanidade viver em sociedade. A Constituição prevê que os impostos tenham uma faceta de redistribuição da riqueza. Aquela sociedade justa, saudável, fraterna, equalitária e livre que se procura à anos, tem nesta perspetiva uma grande falácia. O teto. O teto é de vidro. O teto na percentagem do IRS. Vejamos, quem ganha o salário mínimo, ou anda nos recibos verdes e não atinge um patamar mínimo de rendimento não é coletável em sede de IRS. E muito bem. Ou mal, se calhar uma contribuição mínima de 5€ por mês dariam uma sensação de integração e contribuição para o todo, que me parece desejável de incutir em qualquer trabalhador. Depois há uns escalões e uns patamares. Muito bem. É a tal percentagem crescente que dá força à proporcionalidade de esforço contributivo. Conforme a constituição. Maiores ou menores, são pormenores. A grande falácia é haver um teto máximo na percentagem da contribuição, que se situa mais menos e se não estou a incorrer em erro, no patamar do salário do Primeiro Ministro. Não está certo. Não está mesmo nada bem. Está errado. É uma nódoa no sistema. Por duas boas razões não se justifica haver teto na percentagem de impostos sobre o trabalho. Não, Não sou militante comunista. A primeira razão é: Há quem ganhe fruto do seu trabalho ou atividade muito mais que um Primeiro Ministro. Exemplo: o Jorge Jesus. O tipo dá provas. Ganha um balúrdio. Digamos 600000€ por mês! São talvêz cem vezes mais que o Primeiro Ministro, e pagam a mesma percentagem de IRS. Depois de pagarem a mesma percentagem, digamos que a percentagem são 50%. O Primeiro Ministro o JJ ficam à mesma cem vezes mais rico e mais pobre depois dos impostos. Impostos que servem constitucionalmente para equilibrar a sociedade e redistribuir riqueza. Não tá a funcionar bem para estes cidadãos contribuintes. Se JJ pagasse 90% de impostos e todos os outros com rendimentos entre o JJ e o PM estivessem em escalões intermédios, problema tendia a corrigir se, e imagine-se o JJ ainda levava 6000€ para casa todos os meses. O Dobro do PM! Outro problema é ter presidentes da República, Juízes, PM, Deputados, pobres em comparação com este tipo de Contribuintes com rendimentos acima do teto da percentagem de coleta. Torna os ditos poderes de estado um bocadinho vulneráveis à inveja e corrupção, não acham? JCC

Mudar a vida aos 40, depois de mudar aos 20...

Desta vez a vítima é Cristina Nobre Soares é “copywriter”, trabalha na Claro e escreve no blogue “Em Linha Recta”. Não a conheço, mas apanhei este texto...e vou comentar, quando havia mais coisas para fazer, e tá a chover. «Quando se muda de vida aos vinte, os outros acham imensa piada. Vão beber uns copos connosco, boa sorte, pá. Até porque, quando se muda de vida aos vinte a coisa normalmente passa por uma viagem, por uma temporada no estrangeiro. E isso toda gente sabe que isso tem uma patine brutal. Boa sorte, pá, dizem-nos, e nós achamos que vai correr tudo bem. Que vai ser a experiência de uma vida. E é. Mesmo que corra mal.» interessante, partilho desta ideia, pequeno burguesa, mas acho que não é só isto...até porque aos vinte anos os burguesitos como eu não mudam de vida...estamos talvez a por nos em bicos de pés, outros a espreitar para fora da asa da mãe, outros aos saltos, e os menos burgueses a dar um tiro, tiro esse o mais certo possível. Não é mudar de vida, fazer umas mudanças. «Mas quando se muda de vida aos quarenta, a coisa pia mais fino. Os outros tentam achar piada. Mas não acham. Tentam compreender. Mas nem sempre conseguem. Dizem, boa sorte, pá, mas vê lá. Olha que tens uma filha. Olha que já tens quarenta. Tens a certeza que é mesmo isso que queres? Não, claro que não temos. Estamos à rasca, cheiinhos de medo. Dificilmente nos convidam para ir beber um copo. Afinal a conversa é séria e convém estarmos sóbrios. Convidam-nos para um café. Ou, se estiverem realmente preocupados, para um almoço. Vê lá, pá. Vê lá o que vais fazer da tua vida.» Também consigo ver isto mais ou menos assim, mas se a conversa é séria não vai ter piada nenhuma, e então porquê mudar? Valham nos os amigos. Mas aqueles que puxam e empurram para a frente. Mas não isto das conversas sérias ainda não me parece uma grande mudança. Quando se muda de vida aos quarenta, a viagem é cá dentro. Não, não é dentro de Portugal. É mesmo dentro de nós. Vamos até ao tutano. À massa de que somos feitos. E dói como o raio. Se dói. Choramos imenso, rimos imenso. Parecemos uns tontos, uns putos com pés de galinha e cabelos brancos. Descobrimos que somos mais rijos do que pensávamos. Que somos mais tolerantes, mais abertos, mais flexíveis. Mas a maior descoberta não é a de que somos mais coisa nenhuma. É a de que somos apenas isto. E ser apenas isto é uma coisa que se chama vida. Opá...creio que mudar aos quarenta é tão cá dentro como aos 12...A profundidade tá sempre lá, se não está é porque não temos humildade para olhar para lá. Ou então não há coragem. Mas acho que olhar para dentro de vinte em vinte anos é pouco, e se dói deve ser como depois de ir jogar à bola passados uns tempos valentes sem jogar. Oiço dizer que é um ácido que se liberta. Acho que dói mas é da falta de hábito. «Mas quando se muda aos quarenta, é um caminho de não retorno. É um bilhete só de ida. Não podemos voltar a casa, porque a casa onde morávamos afinal era uma coisa postiça. E até encontrar uma com as assoalhadas certas, onde caiba esta nossa nova vida, andamos por aí, ao relento. A viver por debaixo das pontes que vamos ter de passar.» Pois, discordo mesmo...um caminho sem retorno...só para quem estiver a mudar aos quarenta para depois só voltar a mudar aos 60. Uma muda por dia, é o que eu receitaria. «Depois, um dia, os amigos, que continuaram preocupados connosco, voltam a convidar-nos para almoçar. E é estranho. Porque nós, os que mudámos aos quarenta, voltámos diferentes, tão diferentes que já nem falamos das mesmas coisas, usamos outras palavras, rimos com coisas que nunca tínhamos rido antes. Os amigos, têm de conhecer uma pessoa nova, mas com o mesmo nome e a mesma cara. Os amigos acham que parecemos uns miúdos, mas nós sentimos que, por dentro, passámos a ter alma de oitenta anos. Dizem-nos, estás diferente, pá. E nós olhamos para eles, e respondemos com alívio, não, pá, sabes? Agora, finalmente, é que estou igual.» Finalmente!...Afinal não percebo, mudou para ficar igual? É mesmo incongruente com aquilo que acho que é a mudança, a evolução, e se não é diária devia ser, e se não é acumulativa, estar se à a perder qualquer coisa, não? A vida? Talvez? E esses amigos, pá, se vêm diferenças tão grandes entre o exterior e o interior, entre o antes e depois, não deviam estar mais presentes? Se estivessem mais presentes viam evolução...não viam mudanças. Pronto é isto que me incomodava neste texto; pessoas sózinhas que têm necessidade de mudanças para mostrar aos amigos, mas depois não estão com os amigos. Pois é tempo com os amigos enriquece a vida. Há demasiada gente sem tempo para a amizade. Que egoísmo, não é? texto original http://p3.publico.pt/actualidade/sociedade/20363/quando-se-muda-de-vida-aos-40

terça-feira, 3 de maio de 2016

Exame sem consulta

Numa semana em que se revela o escândalo dos subsídios dados pelo anterior governo a escolas privadas com escolas públicas ao lado, JPC lembra-se de atacar a atividade sindical e do resultado das negociações de concertação social«Tempos houve em que o ministro da Educação considerava os exames uma violência sobre as crianças.» De que fala JPC? Que medidas resultam da concertação, de quais discorda? Alguém percebe o delírio?« Agora, parece que o próprio Tiago Brandão Rodrigues está disposto a submeter-se à tortura: trimestralmente, os sindicatos acampam na 5 de Outubro. Tudo com o propósito de ‘avaliar’ as políticas em curso e, quem sabe, chumbar o ministro por indecente e má figura.» Ora bem diálogo faz parte da democracia, a falta dele é autocracia e o caminho arrogante da ditadura. Nenhum lugar será eterno, e nenhuma classe pode deixar de participar na evolução da sociedade. mas«Há quem veja no gesto do ministro uma submissão abjecta ao poder da rua. Não creio. Se o governo, desde o primeiro dia, está em campanha eleitoral para eleições a médio prazo, seria uma falha imperdoável esquecer a maior classe profissional do país e todas as reivindicações possíveis ou imaginárias.» Já percebemos que temos de imaginar porque em rigor, JPC não informa nenhuma reinvidicação ou resultado da negociação..., faz campanha contra o governo. Faz. Diz que o governo em estado de graça, faz campanha? Também diz. Não creio que estas opiniões, como é costume em JPC, façam sentido.« Claro que, para que o quadro fosse perfeito, o senhor ministro devia entregar as rédeas da Educação ao Sr. Mário Nogueira, remetendo-se apenas a um papel decorativo. Fica a sugestão – se as sondagens o exigirem.» Não, JPC não faz a sugestão, faz um achincalho à tutela da educação, e de forma bem gratuita, e ao Presidente da Fenprof também. Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/opiniao/colunistas/joao_pereira_coutinho/detalhe/exames_de_rotina.html